A psicanálise e o perigo trans (ou: por que psicanalistas têm medo de travestis?)

Autores

  • Eduardo Leal Cunha

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17172

Resumo

Neste artigo, pretendemos demonstrar a necessidade de recolocar o debate sobre as experiências transgênero no campo psicanalítico a partir do impacto que tais experiências e suas formas de enunciação e justificação produzem sobre o pensamento psicanalítico e a clínica que nele se apoia e não mais com base na discussão psicopatológica ou etiológica. Com esse objetivo procuramos indicar inicialmente os principais eixos problemáticos e desafios colocados à teoria psicanalítica por novas formas de experiência sexual e de gênero, partindo de uma breve contextualização histórica do embate entre psicanalistas, sobretudo de orientação lacaniana, e teóricos queer, e destacando os principais aspectos de tal embate, com ênfase na aproximação efetuada por autores do campo psicanalítico entre teoria queer e perversão. Acreditamos que tal percurso nos conduz para além do problema psicopatológico, ponto no qual a maioria dos debates travados parece se encerrar, colocando em pauta a discussão sobre os elementos centrais da compreensão psicanalítica do humano e sua retomada numa perspectiva crítica não apenas de caráter epistemológico, mas também ético. Ao fim, esperamos contribuir para a compreensão do modo como a psicanálise parece muitas vezes se colocar numa posição defensiva – e, para muitos, conservadora – nos debates contemporâneos em torno do sexo.

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Publicado

2016-07-15

Como Citar

Cunha, E. L. (2016). A psicanálise e o perigo trans (ou: por que psicanalistas têm medo de travestis?). Revista Periódicus, 1(5), 7–22. https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17172